[ D E S T I N O – D Ê – B O I A D E I R O ]
--- VERSOS - SERTANEJOS - ESCRITOS - POR ---
--- ‘’ Z E Z É ‘’ G
O N Ç A L V E S ---
* Ú * BOIADEIRO * Ú + BOI + MORTO +
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Por Eu Ter-Tal Querência Í-Saber-Lidar com Gado-
Eu Nascí-Com Tal-Destino certamente foi Traçado-
Um dia naquele Campo-Ná Invernada, do Serrado-
Naquela Região Eu Fui Buscar aquele Boi-Perigoso.
Foi-Naquela Fazenda-Do Senhor Coronel Sebastião-
Aonde encontrava Essa-Fera Valente, ali no Sertão-
Á-Relva Dá-Invernada-Lisa Molhada-Igual ú Sabão-
Por que justamente Esse Dia Estava-Bem Chuvoso?
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No Meu-Vigoroso-Cavalo Eu-Encontrava-Montado-
Ê também Levei Comigo Meu-Cachorro Ensinado-
Na garupa Dú-Arreio Estava Ú-Meu-Laço Enrolado-
Abaixo de Deus Nosso Pai é garantia Dú-Boiadeiro.
Brevemente Achei-Á-Fera Nú-Canto Dá-Invernada-
Naquele Marruco Somente-Joguei-Uma Boa Laçada-
Na hora ali no Laço Eu Fiz Uma-Corrente-Reforçada-
Caprichei Nú-Cavalo Prendi Ú-Boi-Nú-Chinchadeiro?
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Com-Boi-Saí daquele Lugar Nú-Meio Dá-Pastagem-
Nú-Sacrifício fui caminhando Com-Á-Fera Selvagem-
Temer Boi Valente Para-Mim considerava Bobagem-
Fui Criado nessa Labuta-Infiltrado com Boiadeiradas.
Deus, ê Nossa Senhora-Ajuda todo, a quem Trabalha-
Cada um Boiadeiro Tem-Uma dura, Ardente Batalha-
É Serviço perigoso tal Vez Pior Quê-Fio Dê-Navalha-
Fui tal Soldado Guerreiro-Em todas Minhas Jornadas?
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Eu-Nesse Dia Bem Chuvoso defrontei com Á-Morte-
Eu-Carrego Ná-Minha Mente uma Fé-Nú Santo Forte-
Protetores dos Cavaleiros-É-Ser Boiadeiro-Dê-Sorte-
São-Eles, Deus Ê-São-George Ê-Mãe Nossa Senhora.
Ná-Chincha Vinha Trazendo Esse Boi, até Arrastado-
Laço Forte feito Á-Corrente Estava-Bastante Esticado-
Aquele Boi Selvagem Totalmente Já-Estava-Amuado-
Aquele Boi Selvagem Totalmente Já-Estava-Amuado-
Cachorro mordia Sua Pata-Traseira, quase toda Hora?
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Laço Ferramenta Dê-Trabalhar Ê-Trançado-Couro Cru-
Estava bastante Estirado-Igual aquela Vara Dê-Bambu-
Laço Forte Arrebentou-Nessa Hora Boi fez um Sururu-
Aquela Fera Selvagem-Fica totalmente doidão Furioso.
Nú-Repente Larga uma Cabeçada Nú-Cavalo Tordilho-
Eu Senti tremendo Baque Rolei de cima Dú-Lombilho-
Caí Ná-Macega toda Molhada Em frente do tal Novilho-
Ná-Hora fui Protegido Por Todos Santos, é Milagroso?
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Avistei-Bem Á-Fria Morte Ná-Frente Daquele-Marruco-
Alcancei-Graça Divina Mí Escapei Daquele-Boi Chuco-
Mistério Divinal Abriu-Meu Sentido apliquei tal Truco-
Quando ali Me Encontrei-Naquela Macega, Atropelado.
Ná-Hora Dú-Meu-Apuro Prá-Mim não ficar sem Á-Vida-
Puxei-Ú-Meu-Revolve 38 Resolvi Á-Uma melhor Saída-
Apavorado Descarreguei-06-Balaços todos em Seguida-
Foi Á-Minha defesa Prá-Não ficar com ú Corpo Gelado?
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Eu atirei toda Bala no Peito-Desse Marruco Traiçoeiro-
Os Balaços Disparados-Endereçados-Acabou Certeiro-
Na Realidade Certamente Eu Quem Morreria Primeiro-
Após Eu-Descarregar ú Revolve tal Boi não Levantou.
Momento dificultoso Dá-Madrasta Morte Eu-Mí-Livrei-
Prá-Mais alguns Momentos Á-Minha Sorte Alí-Segurei-
Bão-Peão Boiadeiro Sabe Tudo daquilo Quê-Eu Passei-
Nesse Dia dali não saí Morto Meus Santos Mê-Salvou?
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Depois daquele Transtorno-Triste episodio Acontecido-
Ainda consegui montar Á-Cavalo Sentindo Aborrecido-
Recordando Á-Morte Brutal Quí-Eu Alí-Avia Cometido-
Com-Proprietário do Boi-Tranqüilamente Fui Conversar.
Ná-Sua imensa Fazenda Dialoguei Com-Rico Fazendeiro-
Relatei-Á-Tragédia do Boi morto Eu Pagarei-Á-Dinheiro.
Fazendeiro Não-Quis-Receber Elogiando esse Boiadeiro-
Diz-Não-Fica Aborrecido-Prú-Acontecido-Companheiro.
Diz-Não-Fica Aborrecido-Prú-Acontecido-Companheiro.
Frustrei-Nú-Destino Dê-Boiadeiro? Deixei-Dê-Aventurar?
----FIM - ANO -1. 950 --- ‘’ZEZÉ‘’ GONÇALVES ---
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