'' P E Ã O - Á - D O M A D Ô R ''
--- VERSOS - SERTANEJOS - AUTOR - ‘’POETA SOLITÁRIO‘’ ---
--- ‘’ Z E Z É ‘’ G O N Ç A L V E S ---
*PÊÃO*ACAVALO*
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Lá um certo Dia na Minha Casa
Fui-Recebendo um Chamado-
De Homem Desconhecido-Um Tal de
Sr. Juquinha Machado-
Ele era um Grandioso
Fazendeiro-Desses Bastante Afamado-
Com á Sua Residência em
Lugar-Distante ú Bairro Chapadão.
Esse Seu Chamado Veio
Escrito-Naquele, formate por Carta-
Aquele Portador ú Mensageiro-Foi
um tal de Chiquinho Marta-
De Boca Ele foi Me
Falando-Pro Senhor aparecer sem Farta-
Ele foi Me Dizendo é do Seu
Interesse-Negocio daquele Bão?
Nessa Hora abri aquele
Envelope-Com Calma comecei á Ler-
Naquele momento fui
Sentindo-Sangue nas Veias quis Ferver-
Estava quase Escurecendo-Daí
esperei novo Dia Amanhecer-
Estudei Bem aquele Bom Assunto-Ê tomei, á Minha Decisão.
Aquele Fazendeiro queria Me-Conhecer
ê Comigo Conversar-
Por que Ele possuía um Cavalo
Baldoso-Era pra Eu Amansar-
Á Minha própria Fama Com Esse
Cavalo-Ele queria Aprovar-
Me Ver Montado naquele
Macho-Meio enjeitado ê Redomão?
2
Ali pra Amansar esse
Cavalo-Corajosamente Logo Interessei -
Guardei-O endereço Daquela Fazenda-No
outro Dia Eu Viajei-
Era uma distancia Bastante
Longa-Lá nessa Fazenda Cheguei-
Já estava Escurecendo-Ú Manto
da Noite toda Terra Encobria.
Ali na Porteira do Curral-Eu
Fiz as Minhas Mãos lhe Esquentar-
Batendo as Minhas Palmas-Tal
Fazendeiro, demorou Escutar-
De Lá de dentro Ele Veio
Calmo-Ê Me chamando Aproximar-
Aquela Porta da grande Sala-Da
Fazenda Alegre Ele se Abria?
Complementei Senhor
Fazendeiro-Pedi desculpa nessa Hora-
Essa Viagem naquele
Estradão-Mantive uma grande Demora-
Lá da Minha Casa Eu Sai
Quase-Começando clarear Aurora-
Eu Caminhei desde á Manhã
Cedo-Ê assim foi durante ú Dia.
Ú Fazendeiro ali Me
Perguntou-Ê qual é ú Nome, do Senhor-
Você é Mesmo aquele Fulano-Um
tal de ‘’Peão-A-Domador’’-
Para Ele Respondi Sou Eu
Mesmo-Aqui estou ao Seu Dispor-
Nesse momento
Fazendeiro-Ordenou que Subisse Escadaria?
3
Lá entrei no Salão da
Fazenda-Fazendeiro mandou Eu Sentar-
Fazendeiro na Cadeira de
Balanço-Comigo começou Prosear-
Ê com toda Sua Delicadeza-Me Disse,
aqui Você Vai Pousar-
Aqui Conservamos Algumas Camas-Ê
muito Bem Arrumada.
Ê nessa Nossa Palestra Mê
Perguntou-Dá Minha Vida de Peão-
Você Adotou tal Esporte
Perigoso-Como por Digna Profissão-
Ê por Infelicidade Sua Você-Já
chegou descer Beijando Chão-
Sem desfazer essa Pergunta-Dei
Gostosa, grande Gargalhada?
Ê foi nessa Hora que
Nossa-Conversa, ali começou ficar Boa-
Eu fiz uma Longa Jornada-Essa
Viagem não Vim Fazer Atoa-
Essa foi Minha Palavra de Peão-Comigo
Ela não se Desentoa-
Ú Resto pro Senhor acho que
Não-Preciso é Dizer mais Nada.
Nesse momento tal
Fazendeiro-Ficou bastante Entusiasmado-
Ê Me disse se Você me der
Esse-Meu Cavalo Bem Amansado-
Vou pagar Seu Digno Serviço-Ê
ainda Você será Presenteado-
Ele Me Disse Vamos
Dormir-Para Levantar com á Passarada?
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Eu Dormi Tranqüilo a
Noite-Logo fui Levantando Bem Cedo-
Com á Sinfonia dos
Passarinhos-Ali naquele grande Arvoredo-
Nessa Luta com Deus Eu Sou Feliz-Ê
nunca, conheci ú Medo-
Sempre fui Peão Corajoso-Nunca
Enjeitei, uma difícil Parada.
Logo daí chega Seu Capataz Da
Fazenda-Com Capote de Frio-
Fazendeiro Disse ao
Capataz-Vai Buscar aquele Cavalo Vadio-
Aquele Redomão Baldoso-Era um
forte Cavalão Preto ê Sadio-
Que Vivia meio
Largado-Comendo Capim naquela Invernada?
Daí não Levou muito Tempo-Lá
distante, Eu já Fui Avistando-
Grande Lote de Cavalos-Ú Capataz
as pressas vinha Tocando-
Aquele Falado Cavalo
Baldoso-Ali no Curral já Foi Entrando-
Aglomerado pro meio Daquela-Valiosa-Ê
Grandiosa-Manada.
Quando Passaram na
Porteira-Sr. Fazendeiro Mostrou Cavalo-
Ali preparei Meu Laço Doze
Braças-Ê já Fui Jogando de Piálo-
De tanto Eu Laçar
Animais-Minhas Mãos estão cheia de Calo-
Ali foi mais um Pagão Selvagem-Preso
numa Certeira Laçada?
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Tal Cavalo Selvagem Ficou
Raivoso-Quando sentiu Amarrado-
Ali cheguei tal Redomão no
Palanque-Arriei ê muito Apertado-
Ali no Meu Arreamento Eu Tenho-Tudo
muito Bem Preparado-
Sou Antigão nessa Matéria-Ê Sei
Agir com grandiosa Destreza-
Ê do Lado da Fera Eu
Pareei-Dai logo Saltei-Encima do Bicho-
Cavalo que Eu Monto aquele Arreio-Fica
preso ali no Rabicho-
Cavalo parecia Sentir Seu
Lombo-Arreio encima de Carrapicho-
Dali Saiu corcoveando
Igual-Água nas Pedras com Correnteza?
Muitos Peões enjeitou Esse
Cavalo-Por ser Grandioso Saltador-
Ê-Em Mão-Desse Peão-Cavalão-Pagão-Pulou-Banhou-Dê-Suor-
Depois Foi perdendo Sua
Ardência-Vaporando Todo Seu Calor-
Cavalo quando Viu Dominado-Redomão
foi caindo na Moleza.
Rosetado de Chilena
Machão-Selvagem vira tal Saco de Batata-
No final dessa Montaria Fui
Ensinando-Cavalo Levantar á Pata-
Tal Redomão Transformou outro
Cavalo-Da tropa ficou á Nata-
Daí Fui Ouvindo Fazendeirão-Me
Elogiando, á Minha Destreza?
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No Recinto daquela Fazenda-Eu
Entreguei aquela Empreitada-
Ali Junto com tal
Fazendeiro-Estava uma Moça Entusiasmada-
Eu ali conversando com
Fazendeiro-Á Moça dava uma Olhada-
No Recinto daquele Baita
Salão-Quase que fiquei Embaraçado.
Foi preciso mostrar Calma ê
Cultura-Em que Eu estava Falando-
Esse Fazendeiro Honrou toda
Palavra-Que Nós fomos Tratando-
Aquele Valor-De Anterior-Combinado-Contente
foi ali Pagando-
Mais Fui Surpreendido quando
Ao-Receber que Tinha Ganhado?
Tal Fazendeiro Foi Mi
Dizendo-Quer Fazer parte dessa Fazenda-
Para um Casamento tem
Oferta-Essa Única Filha Minha Prenda-
No Pé da Letra Eu
Respondi-Meu Sr. Vou Perder essa Contenda-
Meu Patrão-Fazendeiro Me Desculpa-Não
Posso ser Interessado.
Agradeço tal Lindona
Prenda-Que ú Senhor? está Me Ofertando-
Seguirei Lá Minha Vida-De ‘Peão
Domador’ Feliz Vou Levando-
Continuarei Satisfeito com
Essa-Minha Vida que fui Abraçando-
Naquele Ranchinho Modesto-Meu
Amor Fiel, está Me Esperando-
Na Lei Divina ê
Matrimonial-Eu Sou esse Feliz Homem Casado?
----- F I M - A N O -
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