'' N O S S O S – T U R B I L H Õ E S – D Á – S A U D A D E ''
--- VERSOS - SERTANEJOS - AUTOR - ‘’POETA SOLITÁRIO’’ ---
--- ‘’ Z E Z É ‘’ G O N Ç A L V E S ---
**''ZEZÉ'' GONÇALVES*Ê*MARIA APARECIDA**
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1
Foi tanta Saudade nesse
Peito-Eu fiquei até sem Jeito-Com tanta, Recordação-
Entrando naquela Casinha-Ali
bastante coisa Minha-Ferramenta de Estimação.
Objeto por mim Utilizado-Que
depois Ficou-Guardado-Algum deixei pro Chão-
Algum dele perdeu Valor-Com quase Todo, derrubei Suor-Calejou-Minha Mão.
Com todo senti Saudade-Deixei
a Roça não por Vaidade-Aconteceu certo Dia-
De um a um Eu Recordei-Por
que motivo Comprei-Todos eles, teve Serventia.
Algum parece coisa Á-Toa-Utilidade Dá-Minha Patroa-Muitos anos teve Valia-
Tudo foi a Vida Passada-Quando
Nós não tinha Nada-União que Casal Inicia?
2
Nossa Velha Cama de Dormi-Ai?
quanta Saudade Senti-Santa Meiga Querida-
Nosso Travesseiro de
Casamento-Taboa fazia Enchimento-Pra noite Dormida.
Ali numa caixa meia
Aberta-Toda cheia de Coberta-Noites frias foi Aquecida-
Algum calçado Dela-Velho
Sapato algum par de Chinela-Da Maria Aparecida.
Antigo Bule, Velha
Chaleira-Panela de Ferro Frigideira-Caçarola ê Caldeirão-
Um punhado de Talheres-Velhos
Garfos i Colheres-No passado teve Servidão.
Um Pilãozinho de socar
Alho-Era Nosso quebra Galho-Fazendo tempero Bão-
Pra moer Carne de Vaca-Maquina
cortava igual Faca-Cambito Girado á Mão?
3
Ferro de passar Roupa a
Brasa-Ele Lá-Em Nossa Casa-Esquentava-Á-Carvão-
Café era torrado no
Torrador-Á Mulher derrubava Suor-No meio do Fumação.
Uma velha chapa toda Trincada-Ali
bastante Queimada-Com lenha do Fogão-
Á velha Prateleirinha-Á velha
Mesa de Cozinha-Nela Preparava, Alimentação.
Maquina de pé ELGIN-Nela Representou Á-Mim-Á-Meiga Maria, Costurando-
De Madeira Quadrado-01 Ralão-Todo
Furado-Ú Folhão-Velhão-Enferrujando.
Minha Mulher Companheira-Preparava
fruta de Primeira-No Ralo ia Ralando-
Diversa fruta Cidra
Mamão-Fazia aquele doce Bão-Ali na Lenha Cozinhando?
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Quando Viemos para Cidade-Pra
matar, Mil Saudade-Relembrar Nossa Roça-
Muita coisa foi Me
Ajudado-Com Tempo ficou Encostado-Eu Amei essa Joça.
Retrato da Minha Vida Dura-Só
Vivia na Dependura-Ainda com, Pele Grossa-
No canto Minha traia Encostei-Ali
Olhando ela, Chorei-Meus Olhos Fez Poça.
Ali Lembrei meus Animais-Quanta
Saudade mê Trais-Da Tropa Trabalhadeira-
Cada peça do
Arriamento-Recordei Meu Sofrimento-No Sol ê Chuva ê Poeira.
Lembrei Égua Baia-Firme na
Raia-Cavalo Castanho-Suor Banho-Ê Qualheira-
Puxando Leite firme no
Trilho-Lembrei Cavalo Tordilho-Pro Varal Bagageira?
5
Á-Baia Paulista-Égua
Machista-Égua Rebeca-Segurou Peteca-Lá-Fui Leiteiro-
Cavalo Alazão-Puxou Sete Latão-De
50 Litrão-Lotado-Tampado-Trajeto Inteiro.
Vi-Ali-Latão-Furado-Tempão-Andou Lotado-Prú Estradão-Servição-Rotineiro-
Rêio Couro Cru-Cabo Guatambu-Velho
Chapéu-Abrigo? do Céu-Sol Braseiro.
Bota Borracha Branca-Balança-Dê-Madeira Tropa Mansa-Tudo era Arrastado-
Ná Corrente-Animais Dê-Primeira-Frequente-Puxou, Madeira-Bagageira-Arado.
Meu Laço de náilon Algodão-Pra amarrar
no Mourão-Todas cabeças de Gado-
Na marca de Ferro J.3-Minhas
criações diversas Vez-Meu nome foi Marcado?
6
Toda ferramenta já Aposentado-Naquele
Tempo Passado-Foi Meu ganha Pão-
Enxada-02-Caras ali
Enferrujada-Meu xodó, de Empreitada-Ali Lavrei Sertão.
Á Foice J.B marca
Afamada-Velha Cavadeira Desbocada-Um velho Enxadão-
Machado marca Corneta-Cunha
de Ferro ê Marreta-Rachava Lenha, Mourão.
Martelo Alicate, Torquês-Pé
de Cabra muita Vez-Muito pregos Foi Arrancado-
Maquina plantei Arroz
Feijão-Ferramenta lida do Terreirão-Ê Arrozal Cortado.
Rastelos madeiras feito a
Mão-De ferro-03-Baita Ganchão-De cerra Volteado-
Agulha ponta Torta-Presa
atrais da Porta-Saco de Milho i Café foi Costurado?
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Velho porta Chapéu-Encostado
no Canto A-Leu-De madeira Jacarandá-Ú Tar-
Alguma Cadeira de
Encosto-Agente sentava com Gosto-Pro Corpo Descansar.
Um Banco de madeira que Eu
Fiz-Agente sentia todo Feliz-Ali nele, ia Sentar-
Lugar-Era lá na
Cozinha-Naquela modesta Casinha-Aonde Nós Fomos Morar.
Lá começamos nossa Vida-Eu
com Maria Aparecida-Rainha-Ê Minha-Paixão-
Nossa Vida foi Barra
Pesada-Eu fui puxador de Enxada-Sinto honrar Geração.
Tenho muita coisa Guardado-No
Peito foi Armazenado-No fundo do Coração-
Obtive Meu maior
Prazer-Daquele dia Eu Conhecer-Maria na Fazenda Matão?
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Ali com a Bonita Menina-Nós entramos
em Rotina-Vida de Casal Trabalhosa-
Par de Bota Borracha n°/ 36 Guardei-Daquela
que Eu Amei-Mulher Amorosa.
Bica d.Água Maria Lavou
Roupa-Pra evitar os Pés na Sopa-Semana Chuvosa-
Meu calçado é Sapatão-Não-Sou
Homem Granfinão-Maria? não Foi Orgulhosa.
Quase tudo após deixar Querência-Ná-Nova Residência-Carreguei Pa-Cidade-
Muito objeto que foi
Uso-Guardei nunca será um Intruso-Digo na Sinceridade.
Nessa Brazópolis não fui Feliz-Deus
Onipotente não Quis-Comigo Felicidade-
Não lamento contra Deus-Ele
findou prazeres Meus-Maria foi pra Eternidade?
9
Nesse Relatar-Tudo Representa-Minha
Cachola Esquenta-Pensar-Tal Realidade-
Um Dia-Aonde Está-Maria?-Eu
Vou-Aqui Estou-Firmão-Nesse Chão-É Verdade.
Ná-Vida Tudo Acontece-Passado Não-Esquece-Nossos Turbilhões Dá-Saudade?
--- F I M - A N O - 2. 0 0 5 --- ‘’ Z E Z É
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