'' A N T I G A - F A
Z E N D A - P A I O L - V E L H O ''
--- VERSOS - SERTANEJOS - DO - AUTOR -
‘’POETA SOLITÁRIO’’ ---
--- ‘’ Z E Z É ‘’ G O N Ç A L V E S ---
*ANTONIO GONÇALVES TORRES SOBRINHO*
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Naquela Antiga Fazenda do Paiol Velho-Ali Eu considero essa Terra
Boa bem Abençoada-
Ali Seu Mandante Titular era Lá Meu Digno-Avô, alem disso era
um grandioso, Fazendeiro.
Lá também Moravam-Diversas Famílias porque Conservavam-Muito
Enxadeiro Camarada-
Essa Antiga Fazenda, tinha ali mais Ou-Menos,
uns-250-Alqueires, ê Valia muito Dinheiro.
Senhor, Antonio Gonçalves Torres Sobrinho-Dessa Fazenda, Ele
era o grande Proprietário-
Lá num certo Dia com Seu Falecimento á Tal-Grande Fazenda,
ficou pra cada um Herdeiro.
Isso foi acontecido no Ano de-1.952-Na Data-27-De Maio
marcava ali naquele Calendário-
Mais-07-Anos antes, em Data-05-De Janeiro Ano-1.945-Eu perdia
o Meu Papai, Primeiro?
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Na Fazenda do Paiol Velho, existia 5 Local-Com 5 Partes,
aquela Fazenda estava Dividida-
O local 1 Paiol Velho, 2 Paiol Novo, 3 Camongongo, 4 Á-Chácara,
5 Barroca do Machado.
O Bairro Paiol Velho, Sempre foi Sua-Sede Residencial, Ali
Eu Nasci, Meu Berço de Vida-
Ê naquele Bairro Me Criei, fui Criança, fui Rapais Ê-Quando
Saí-Dali-Era Homem Casado.
Eu ainda aos-13-Anos Incompleto de Idade-Meu Querido Pai,
Moço ainda já Vem Falecer-
Á partir daquele momento, na Bacia Da-Fazenda Paiol Velho,
pro Trabalho Eu fui Jogado.
Dos Filhos do Sr. João Gonçalves Torres Neto-Bendita Luz do
Dia, Eu fui primeiro prá Ver-
Daí quando Fiquei sem Pai, com tal Cara-Encorajado-Eu fui,
enfrentando Serviço Pesado?
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Na Fazenda do Paiol Velho, não exagerando Ali-Eu Trabalhava,
quase em todo seu Lugar-
Entrei naquela Labuta Roceira, ainda Meio-Criançola, i dedicando
todo Serviço Grosseiro.
O Meu Digno Avô Antonio Gonçalves, Foi-Esse Homem? quem Me Ensinou Lá Trabalhar-
Naquele grande Curral, com Suas Vacas-Leiteiras, fui
enfrentando uma Vida de Vaqueiro.
De Manhã Bem Cedo levantava Saia Pro-Campo Derrubando-Orvalho
Pisando-Na Geada-
Por que entrei Substituído Papai ali No-Retiro, Meu Querido Progenitor? era um Retireiro.
Na ausência Dele, fui Fazendo que Ele-Fazia, também Engoli
muitas Poeiras, na Estrada-
Com á Tropa de Burros, do Meu Avô De-Canto prá Canto da
Fazenda ali, Eu fui Tropeiro?
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Na Fazenda do Paiol Velho, Eu Cortei-Terra de Enxada,
Trabalhando sempre em Capina-
Com aquele Mato no Peito, Capinei Café-Rua de Baixo á Cima
Dia todo Fazendo Cordão.
Pra Mim será grande Honra em Dizer, Que-Serviço de
Roça, isso á Ninguém Descrimina-
Ali muitos Mil Pés de Cafés, para
Ser-Estercados, nessa Fazenda Eu Cavei, com Enxadão.
Meu Querido Avô, todo Ano
Colhia-Bastante Café, os-2-Terreirões Ficavam? Todo Lotado-
Meu Avô todo Ano,
após terminado Sua-Colheita de Café, pros Camaradas dava Catação.
Todas Safras
das Colheitas, Cafés, Milhos, Ê-Outras, á Lombo de Burro era Transportado-
Nessa
Fazenda Eu fui Terrereiro Rodei Café Pra-Secar, com Sol quente ficava
Queimadão?
5
Na Fazenda do Paiol Velho, Bem ante Vim Dá-Divisão, era constantemente
Movimentada-
Meu Avô Dizia que era Descendente De-Gaúcho Bravão, mais
Possuía Seu Bom Coração.
Naquelas Terras altas da Fazenda, Era-Cafezais, com Pés de
Laranjas Caipira i Docicada-
Ali nessa Fazenda existiam bastantes Serviços-Amparando, com
Moradia praquele Povão.
Essa Fazenda também foi grande, com Ã-Pecuária, também muito Forte? com Agricultura-
Meu Avô Vendia Café pro Juca Brito De-Brazópois Transporte por Carro de Boi ê Carroção.
Assim era á Semana toda, Subindo Á-Serra, os Carros de Bois?
Cantando naquela Altura-
As Boiadas aos Passos Lentos, os Carreiros-Gritando, do
Leito da Estrada Saia ú Poeirão?
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Na Fazenda do Paiol Velho, muitos Seus-Lugares Eu guardei na
Minha gaveta Imaginação-
Lá tem ú grande Espigão Redondo, ali De-Lado era tal
conhecida, por Grota dos Canteiros.
Na Cabeceira dessa grande Grota, Existia-Uma Mata Grossa,
num formate dum Capoeirão-
Ali nessa Mata Criava Jacú, ê outros Diversos-Grandes
Passaros, também Bichos Mateiros.
Naquele fundão da Mata existe uma Baixada-Existiam uns Pés
de Laranjas, Pé de Limeira-
Em frente ao fundo da Fazenda, Existi-Uma Pequena, á Conhecida
Varginha dos Pinheiros.
Existi acompanhando, fundão Daquela-Mataria uma grandiosa
Vala, com utilidade Primeira-
Á Vala servia de Cerca, pra um Pasto De-Porco, ali Patrão ê
Camarada Faziam Chiqueiros?
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Na Fazenda do Paiol Velho, existe Lugar-Que, á muitos Anos
seus Nomes, era Comentado-
Existia grande Mata do Camongongo, Ali-Foi á Minha Herança?
Dela dividiu Meu Quinhão.
Aquela Baixada da Serra, com Sua Pedreira-Antigamente, esse
tal Lugar era muito Falado-
Diziam os mais Velhos, que altas Horas Da-Noite, no meio da
Pedreira Levantava Clareão.
Na Divisa do Dito Torres, Existe á Baixa Do-Rancho, também com
á Famosa Boca da Mata-
Existia Bananal foi visto grande Cobra-De Crista
Cantava igual Galo Eu nunca Vi? isso Não.
Entre duas Pedreiras morro Pescoço Pelado-Duas
águas na Boca do Açude fazia Cascata-
Nascentes, Paiol Velho, Camongongo, ali Cai
Na-Cachoeirinha, Divisa da Fazenda Matão?
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Na Fazenda do Paiol Velho, ali Existe Uma-Igrejinha, que
Leva Seu Nome, Cruz da Nhina-
Essa Moça foi Assassinada ê por Um-Delinqüente que foi
Apaixonado, um Rapaz Solteiro.
Existe tal Canto da Cruz, Divisa do Irmão-Raul, Foi Lá que
tal de Zé Ana? matou á Menina-
Esse
Lugar Dividi, Paiol Velho, Paiol Novo-Mais esse Crime Bárbaro, já faz muito
Janeiro.
Esse tal Zé Ana, Cor Preta, Eu não Conheci Ú-Seu Amor Loucura, Fez
Dele um Assassino-
Após á Moça Morta, Zé Ana, á Estuprou-Satisfazendo Seu
Desejo, daí Caiu em Desespero.
Igual
Andarilho, entre Olegário Maciel, í Santa-Rita do Sapucaí, tal Zé Ana? estava
Fugindo-
Policia Pega Ele, em Brazópolis Chegou-Amarrado dentro do
Caminhão, como Prisioneiro?
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Na Fazenda do Paiol Velho, antigamente Foi-Bom Passa Tempo,
completamente Gostoso-
Todas aquelas, Gente Moça, Velha, Moço Ê-Velho Trabalhavam nú
Dia-Á Noite Só Alegria.
Festa Junina Faziam Rezas, Santo Antonio-São João,
São Pedro, na Casa do Zé Cardoso-
Á Noite Povão ali aglomerava, Velhos, Moços-Velhas,
Moças, aquela Gente? Toda Divertia.
Formava
Baile, Catira, no Sapateado, Ê-Palma, com Cavaquinho, Pandeiro, Viola ê Violão-
Ambiente contagiante, no correr do Ano-Ali no Bairro prá Noite algum Lugar? Avia-Cantoria.
Rapaziada Fazia Tocada de Instrumento-Jogavam Vésper, Truco, Jogava
Maia no Estradão-
As Duplas, Dino Brais ê Amaro, Zéca Pinto ê Juvenal-Os Velhos
Cantavam? Sua Melodia?
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Na Fazenda do Paiol Velho, ali tudo Modificou-Agora muitos Foram? com Pai Onipotente-
Meu Avô, Antonio Gonçalves Torres Sobrinho-Casou-02-Vezes-02-Famílias,
em Geração.
Agora pouca coisa Resta, Meu Avô Filho-Único Herdou do Pai, ê
comprou de outra Gente-
Aquele Povão ali não existe mais Aquela-Fazenda movimentada
Virou Recanto de Solidão.
Quase todos Herdeiros Venderam Suas Partes-Igual Eu, também
Vendi, ê Moro na Cidade-
Tudo que foi divertimento dessa Fazenda-Paiol Velho, sumiu
Igual á Fumaça na Imensidão.
Foi ficando sem Ninguém-Lembrança Comigo faz Desdém-Esse Meu
Relato foi Realidade-
Antonio Gonçalves, foi Meu 2°/ Pai, Na-Minha Casa, á Sua
Foto na Parede? mata Saudade.
Seu Neto? ‘’Zezé’’ Gonçalves, da [Antiga Fazenda Paiol
Velho]-Sente á Doida Recordação?
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