‘’ U S - C A M A R A D A S - D Á - F A Z E N D A - P
A I O L V E L H O ‘’
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VERSOS - SERTANEJOS - DO - AUTOR - ‘’POETA
SOLITÁRIO’’ ---
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‘’ Z E Z É ‘’ G O N Ç A L V E S ---
**ANTONIO GONÇALVES TORRES SOBRINHO*
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Naquela Grandiosa Fazenda do Paiol Velho-Isso era naquele
Tempão, Lá de Antigamente-
Seu Proprietário da Fazenda, deu Aquele-Abrigo, pra muitas Famílias, em Variada Geração.
Toda aquela Sua enorme Colônia, Permanecia-Cheia, ali em
todas Casas, existia tal Gente-
Para todo aquele Pessoal, só de Gente Boa-Existia Serviço,
Recurso para defender Seu Pão.
Naquele tempo passado somente Casas Paus, Á-Pic Coberta de
Sapé com Parede Barreada-
Nelas Moravam aqueles Bons Camaradas-Seus Nomes Guardei aqui
na Minha Imaginação.
De todo aquele Povão-Vivendo Contente Satisfeito-Correndo pro
Trabalho, em Sua Jornada-
Aquilo dava Gosto, todos mostravam Honestidade-Cumprindo
deveres Sem á Reclamação?
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Quase todo Serviço daquele Pessoal Eu, Sua-Grande parte
Tomei aquele tal Conhecimento-
Antonio Gonçalves Torres Sobrinho, Seu-Nome Bem conhecido
grande Ricaço Fazendeiro.
Ê Seu Personagem Figura Humana Meu-Querido Vovô-Ele
Acompanhô-Meu Crescimento-
Com Esse Meu Avô? Fui ali Trabalhar Ele-Foi Me Ensinando com
Serviçal Fiquei Pioneiro.
Ali Trabalhando cons Meus-02-Tios-‘Negro’ Elizandro ê Gerado ali
do Papai eram Irmãos-
Aqueles-03-Irmãos, Trabalhavam Juntos-No Retiro de Leite,
Eles do Seu Pai, era Ameieiro.
Idade ante-13-Anos perdi Meu Querido Pai-Meu Papai Meu
Visavô, Eles chamavam Joãos-
Daí com á Morte do Papai, ali na Sua Vaga-Cons Meus-02-Tios,
fui Trabalhar de Retireiro?
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No Solo da Fazenda Paiol Velho, Desde-Menino Manhã Cedo,
Banhava os Pés no Orvalho-
Ê naquela Geada Fria, que á Natureza-Bendita durante á
Madrugada, Divinamente Serenou.
Eu Imitei Igual Macaco Novo Quando-Começa Sair dando Seus Pulos,
de Galho em Galho-
Prá Minha Juventude Recruta? Fui Obedecendo Meu Avô-Cumprindo
aquilo, que Ordenou.
Com diversos Nomes de Camaradas-Em qual quer Serviço Bruto, ê
com Eles Me Misturei-
Quase tudo que Eles Faziam Eu Fiz-Meu Suor na Terra dessa
Fazenda, na Poeira Misturou.
Com á Tropa de Burros por onde Papai Caminhava-Com essa
mesma Tropa, por ali Andei-
Na Gangorra da Estrada de Nossa Vida-Naquele Sobe
Descida-Meu Nome, não Fracassou?
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Vou Dizer os Camaradas conheci ú Zéca Maia-Com Seu Cachorro
por Chico era Chamado-
Num Velho Saco Estopa Ele Carregava Sua Traia-Seu Cachorro
Branco Fiel Companheiro.
Pra Trabalhar ali no meio da Turma, Velho-Zéca Maia pelo
Patrão, Ele nunca era Escalado-
Ele era Velho Mordomo da Fazenda-Pra Fazer Limpeza sempre estava
Capinando Terreiro.
Fazendo qual quer Colheita todo Ano-Á Safra de Café era
sempre com grande Intensidade-
Era Meu Papai, com ú Teófilo Muniz, Eles-Em Vida dedicaram,
Seus Trabalhos de Tropeiro.
Os Cafezais naqueles Altos, da Serra Desgalhavam-Cons
Frutos, produzindo com Vontade-
Secar Café, Zé Maia, da Rosaria, Filho do Zéca Maia-Ditinho
Pinto? era ali dois Terrereiro?
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Na Turma de Camaradas, Antonio Gonçalves,-Tinham aqueles
Homens Bem, Privilegiado-
Em Punho aquela fina, Comprida Vara de Ferrão-Velho Zé
Inácio, na Estrada era Carreiro.
Zé Inácio, Saiu Vem um Preto, novato Carreiro-Dito Antonio? por Couro N.água Apelidado-
Amaro, Manoel Eusébio dois Velhos Podadores-Desbrotadores-De
Cafés eram Serroteiro.
Naquelas Construções das Casas de Paus, Á-Pic, ê Paredes
Barreadas, Coberta de Sapé,
Isso para
todas Reformas das Casas, da Colônia-Também nalguma Reforma á Chiqueiro.
Na Grande Turma do Patrão Estava-Dito Pereira Nesse Homem ú Meu Avô, Levava Sua Fé-
Na ausência do Patrão, nessa Turma-Esse Homem Dito Pereira
Chefiava Cada Enxadeiro?
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Dito Pereira, sempre foi Bom Trabalhador-Honesto, não era
Puxa Saco, Valorizava Patrão-
Ele era Homem que Não-Perdia Tempo Algum-Em Serviço mostrava
Vontade Interesseiro.
Nascido Criado na Fazenda Paiol Velho Um-Certo Dia dali
Fez Mudança pro Seu Quinhão.
Quando deixou de ser Camarada, Adquiriu-Seu próprio Terreno,
com Seu próprio Dinheiro.
Dito Pereira Foi um dos melhores Formadores-De Café isso Ficou
guardado prá Cachola-
Mais que Tempo Feliz no passado, Cada Qual-Ná Sua Idade
diversa Moça ê Moço Solteiro.
Existia, Antonio Vicente, Amaro, Zéca Pinto, Juvenal-Ôi? Turma
Boa os Tocadores de Viola-
Família do Joaquim Brito, João Brito, Quim Brito Ú-Zé Migué
Tocava á Cuíca um Pandeiro?
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Na Fazenda ali grande grupo de Camarada-Cada um mostrava tal arte Bom Trabalhador-
Rapaziada, Zé Diogo, Tocava Cavaquinho-Quim Amaro, Zé
Paulista, Eles, Tocava Violão.
Á Família Nastácio, Chico, Otavio, Todos Filhos-Do Velho
Sebastião? Católico ê Rezador-
Família Gerado Pedro, Zé Pedro, Lazinho, Filhos-Doutro
Rezador vivia com Terço na Mão.
Os dois Solteirões os Irmãos, Mané Maia, ê Pedro Maia-Caetano
da Varge, í Tião Lambari-
Família Cardoso, Dito-Artur, Expedito-Filhos do Zé Cardoso,
Ele Fazia, Reza de São João.
Família do Zé Eusébio, Eles Moraram Pouco Tempo-Na Fazenda, ê
Morou tal Dito Jequití-
Tião Pinto, Onofre, Afonso, Croché, Zinho-Tião do Zinho,
Paulo Vená, metido á Valentão?
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Os Irmãos, Amaros, Geraldo, Dito, Zé Amaro, Á-Família
Felicianos, Sebastião Galinheiro-
Velho Zé Feliciano, Pedro, Zé
Felicianinho-Aqui Vou Dizendo? que Eu tive Conhecimento.
Família João Pereira, Geraldinho, Zé
Pereirão-Umas Familias? que Eu conheci Primeiro-
Aqui fui Falando dos Velhos, Adultos,
Moços-Não Falei á Rapaizinhos, em Crescimento.
Aquela Turma Boa que desfrutava
Sadia-Alegria-Com tempo Virou Fumaça na Imensidão-
Um certo Dia, Fazenda Paiol Velho
Foi-Dividida, Antonio Gonçalves? Obteve Falecimento.
Eu ‘’Zezé’’ Gonçalves, Neto do Meu Digno Vovô-Quem Inspirô-Essa Historia em Trovação-
Um Dia dali, também Fiz Mudança-Vendi á Minha Herança-Mudei
após, Meu Casamento?
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Sem Agente perceber Nosso Tempo Vai Passando-Quando Lembro, Peito Dói Saudade-
De tudo que ali foi Bom, na correnteza do Vento-Desapareceu,
confirmando, Velho Ditado.
Eu deixei aonde Nasci, onde Morei, Após Casado-Agora Moro em
Brazópolis, Boa Cidade.
Aqui sem querer Vou Sentindo, Peso dos Anos-72 Primaveras?
por Mim, Já foi Alcançado.
Daquele Povão-Amigão-Igual Papai ê Meu Avô-Talvez uma Maioria Baixou Numa Sepultura-
Fazenda Paiol Velho Transformou, Não Existe-Aqueles Nomes alguns
Vivem noutro Lado.
Mundo Girando, um Dia todos Nós-Pra Morar na Fazenda Campo
Santo, Ninguém Segura-
Lá é Nosso Refuljo dali Ninguém-Escapa-Deus leva ao Alem-Outro
Mapa-Após, ú Finado?
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Para combater essa Terrível Moléstia, Da-Morte, nunca Vai
Conseguir, Remédio que Cura-
Vamos fazer ú Que-Passear sem o Retorno Vai Eu, i Você-Enraizado
aqui, Ninguém Atura.
Morre nosso Sonho igual Foi '' Us Camaradas da Fazenda
Paiol Velho'' Por mim Relatado?
--- F I M - A N O - 2. 0 0 4 --- ‘’ Z E Z É
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